“O Tigre”, do norte-americano Murray Schisgal, apresenta, em um ato único, os personagens Ben e Glória num momento de grandes dificuldades em suas vidas. Quando a maior parte das pessoas fugiria, eles – ao contrário – resistem e persistem.
Numa noite chuvosa, Ben captura Glória e a aprisiona. Ele está completamente voltado para si e rumina idéias de dissolução e vingança. Cruel, ele pretende dominá-la e fazer dela o símbolo de sua astúcia e força. Surge, então, a dúvida: apenas caçar ou também matar sua presa?
Nesta noite de chuva, o desconhecido, o poder de sugestão e pequenos acontecimentos desencadeiam uma luta entre a emoção primária do medo e a maturidade, sentimentos que brotam dos diálogos bem construídos por Schisgal. Em algum momento, a situação se reverte, e talvez seja Glória a vencer seu adversário.
Do ponto de vista cênico, o texto é uma rara possibilidade de exploração de um largo espectro de sentimentos da platéia. O inusitado está sempre presente, entre a tensão gerada pelas vontades dos personagens em contraponto ao tragicômico de algumas situações.
De fato, esta não é uma noite como as outras. Esta é uma noite que começa e acaba num Tigre. Um Tigre que pode ou não existir.
Este espetáculo foi apresentado na modalidade de leitura dramatizada no Festival de Inverno de Nova Friburgo (27/07/08), em duas sessões no Centro de Arte de Nova Friburgo (01 e 08/11/08) e no Projeto Cinco e Meia – projeto cultural realizado pela prefeitura de Nova Friburgo durante o mês de aniversário da cidade – (23/05/08).
A montagem teatral que está sendo oferecida neste projeto, acaba de ser contemplada pela Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio de
Janeiro (Lei do ICMS), com turnê a ser realizada nas cidades de Bom Jardim, Cordeiro, Cantagalo, Macuco e Duas Barras. Projeto em fase de captação de recursos.
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